Os temperos de Miami
Miami, um dos redutos latinos mais populares da América do Norte, é, literalmente, prato cheio para quem gosta de comer bem. Sua personalidade multicultural e influência étnica são refletidas nos inúmeros restaurantes à disposição na ensolarada Magic City, e principalmente, os que contam com a forte herança cubana. A seleção de hoje é para todos os gostos e, principalmente, bolsos!
Falando em nuances cubanas, começo indicando um cantinho especial que fica em Little Havana ou Calle Ocho, bairro tradicionalmente cubano de Miami. Para quem nunca provou da cozinha cubana ou crioula, não tenha medo! É deliciosamente parecida com a brasileira: farta no uso de vegetais, presença quase que obrigatória da tradicional combinação arroz branco e feijão (preto), além de cozidos, peixes e muito condimento. Não podemos esquecer que toda culinária tem o seu lado B, o seu fast food de raiz, e aqui apresento o El Rey de las Fritas (1821 SW 8 Street – $). Há mais de 40 anos serve as fritas, um lanche tradicional cubano feito com hambúrguer super temperado, cebola e batatinhas fritas cortadas bem fininhas, servidos em um pão de hambúrguer (Simples – US$ 3.50, Cheese Fritas – US$ 3.75). Não deixe de pedir um batido de frutas para acompanhar. O preço é baixo, mas nem se compara ao sabor das fritas. Lugar simples, sem frescura, com comida fresquinha e atendimento amável. Não tem como dar errado! 🙂
Com influência asiática, o Gigi (3470 North Miami Avenue – $$) é uma opção para comida gostosa, boas porções e ambiente casual, quase que industrial, com grandes janelas de vidro, azulejo branquinho e tubulações à vista. Da boqueta da cozinha, aberta, saem pratos em porções menores que podem – e devem – ser compartilhados entre todos na mesa, um hábito que eu acredito ser delicioso e que enriquece o momento em um restaurante. Para viver esta experiência, no entanto, tenha um pouco de paciência. Embora o Gigi fique aberto até alta madrugada, geralmente há espera de meia-hora, mas valerá a pena. Inspire-se ao espiar a satisfação de quem está provando uma costelinha de porco (US$ 16) ou um frango ao coco e curry (US$ 8), e o arroz de jasmim (US$ 14). É amor em forma de comida. <3
Agora, não há nada pior para um amante de gastronomia que visitar um restaurante e ir embora com vontade de ter provado um prato. Do Michy’s (6927 Biscayne Boulevard – $$$), no entanto, você não sairá frustrado. Da renomada chef Michelle Bernstein, o restaurante de ambiente kitsch e queridinho dos hipsters de Miami (foto), agrada os olhos com suas cadeirinhas brancas e chão azul, e o paladar com um cardápio amplo e costumeiramente renovado, com sugestões que podem ser servidas em meias-porções. Entre as delícias, tuna tartar (US$ 20), costelinhas saindo do osso (US$ 36) e polenta cremosa com ovos pochet trufados (US$ 12/meia e US$ 18/inteira). E se quiser se aventurar, peça o True Michy’s Experience, um menu degustação sugerido pela chef a US$ 90. Totalmente válida a viagem. 🙂 Se você gostou da dica e está planejando uma visita, faça já a sua reserva aqui.
Restaurantes de temporada são a sensação de qualquer cidade turística. Geralmente concorridíssimos, exigem dos (sortudos) comensais paciência e jogo de cintura. Terminaremos, então, com um dos mais tradicionais de Miami Beach, o Joe’s Stone Crab (11 Washington Avenue – $$$$), com temporadas de Outubro a Maio. Se você é avesso a aglomerações e detesta fila, não vá. Agora, se você pretende comer as patas mais gordinhas de caranguejos de pedra, preciosamente pescados no mar azul da Flórida à sua escolha, grelhados, fritos ou salteados, por favor, vá. Como não é possível fazer reserva, chegue cedo, antes das 11h30, horário que o restaurante abre para o almoço, e não se sinta acanhado. Vá até a hostess e faça questão de que ela saiba que você está ali. Se quiser facilitar a sua visita e já quiser escolher o que quer comer, veja o cardápio da temporada. Ah, se preferir, pode fazer o pedir para viagem!
Comer é bom e comer bem, é ainda melhor. Se quiser dividir com a gente a sua experiência inesquecível em Miami, deixe um comentário!
Até mais!
Ana Samadello