Há quem pense que o Sri Lanka é uma mini Índia, mas não deixe se enganar com essa falsa comparação, afinal os cingaleses lutaram muito para terem sua independência e sua autonomia perante o país vizinho. Ao chegar em Colombo, as pessoas vestidas com os sáris, os tuktuks nas ruas e um trânsito um pouco atrapalhado podem até assustar, mas são conseqüências de uma cidade grande. Mesmo assim ali já dá para sentir a hospitalidade e cordialidade dos cingaleses.
O casal Nathalia e Mateus, transitando pelo Sri Lanka, foram 6 meses rodando a Ásia e o Oriente Médio e muitas histórias pra contar (Foto: blog Mala ou Mochila)
Conheça em Colombo, capital conjunta com a cidade de Kotte, o templo Gangaramaya e as redondezas do antigo hospital alemão, que agora é uma galeria cool, com o famoso restaurante Ministry of Crab. Mas não fique muito tempo na capital. Cidades grandes na Ásia podem incomodar depois de alguns dias, muita gente e movimento.
O melhor jeito de circular em Colombo é de ônibus. Não se assuste com as más condições dos ônibus, o preço, cobrado pela distância que você vai, compensa. O máximo que pagamos foi 4 dólares em um ônibus com ar-condicionado para uma viagem de 6 horas. Pergunte no seu hotel a melhor opção e vai na fé! Os tuktuks também podem ser uma opção, mas nossas caras de turista fazem os preços das corridas quintuplicarem! Só andamos de ônibus e trem e chegamos em todos os lugares. O custo para uma semana em transporte público : 40 dólares.
Vendedor cingalês mostra a hospitalidade e entusiasmo dos habitantes com os turistas
O que vale mais a pena está a um raio de 200 km da capital. De trem ou de ônibus, para leste ou para o sul, você vai se encantar. Aliás, trem é o assunto preferido dos turistas. Está em todos os guias de viagem e não é para menos. Por lá, uma viagem de 200 km pode demorar 7 horas, mas se você estiver sentado na janelinha não vai se importar nem um pouco. Digo “se estiver sentado” porque a concorrência e a demanda são grandes. Pode ser frustrante por algumas horas, mas quanto mais o trem se afasta da cidade, mais fácil é para se acomodar. É uma paisagem que nunca mais sai da cabeça. Como o trem vai subindo, o friozinho e neblina completam o quadro pintado que são as plantações de chá.
Na chegada ao primeiro destino após a viagem de trem, nós ficamos dois dias em Kandy e foi o suficiente. O clima de cidade grande decepciona um pouco, então a partir de lá pegue um trem para Ella e serão 7 horas de outra viagem inesquecível. Separamos apenas um dia para a cidade e nos arrependemos de não termos ficado mais.
A viagem de trem entre as principais cidades do país pode ser longa, mas vale muito a pena, já que os cenários são maravilhosos (Foto: blog Mala ou Mochila)
No sul estão as famosas praias. Se não for tão rato de praia, fique em Galle. A cidade fortificada que é patrimônio da Humanidade vai te trazer agradáveis tardes. Nos sentimos muito bem e foi ali que comemos nosso melhor curry, em um pequeno restaurante que fica sempre lotado, em uma das lindas ruelas do forte.
No centro do país, há muitas plantações de chás e o clima agradável de cidadezinhas nas montanhas. Há sempre um templo, seja budista ou hinduísta e sempre um cingalês com um sorriso no rosto e uma bebida para te oferecer. E claro, também sempre um curry tão apimentado que vai arrancar risos dos locais ao te ver sofrendo. Não esqueça da Lion para acompanhar, a cerveja local.
O Sri Lanka é surpreendente. Só não sei se pelas suas belezas ou pelo seu povo. Mas merece ser visitado, sem preconceito, sem comparações, sem tempo determinado. Ficamos 10 dias e foi pouco. Para um país que é uma ilha, ele deve guardar praias indescritíveis. Aproveite a água salgada e se puder explore o centro do Sri Lanka e suas montanhas também. É um país que reúne tudo: comida boa, praia, montanha e preços acessíveis. Camões estava certo de sublimar a tal Taprobana.
Pescador em uma das belas cidades do litoral do Sri Lanka, são muitas opções de praias lindas na ilha
Por Nathalia Brancato, criadora do blog Mala ou Mochila, em parceria com seu namorado Mateus Carvalho. O casal rodou diversos países da Ásia e Oriente Médio por um semestre em 2015. O blog começou como muitos outros: um casal mais perto dos 30 que decide largar tudo por um tempo e colocar o mochilão nas costas. Sem nenhuma pretensão sabática e com muita vontade de voltar, o casal sabe o quanto o Oriente é surpreendente!