Nova York e o lado B, de Brooklyn

Poucas cidades são tão plurais como Nova York. Gente de todo o mundo busca um espaço na metrópole que deixa bem claro: if you can make it here, you can make it anywhere. Destino que agrada a todo tipo de pessoa, a Big Apple pode proporcionar as mais diferentes experiências e pode ser muito mais que a Broadway, a Times Square e a Estátua da Liberdade. Sim, ela é tudo isso também, mas qual é o lado B desta megalópole?

Você já deve ter visto em filmes que o Brooklyn, um dos condados de Nova York, não é opção para quem queria fazer parte da cena it de NY. Note: não era. Os bairros ou subúrbios do Brooklyn, dos quais tantos americanos falam, no entanto, entraram no foco dos antenados em moda, cultura contemporânea e um estilo de vida menos pretensioso.

Atualmente, o bairro de Williamsburg está sob o holofote e é o queridinho dos new yorkers descolados. Para ter uma ideia, até a linha de metrô que leva até lá, a linha L, foi apelidada de hipster express. Saindo da estação Union Square, em Manhattan (US$ 2.25/trecho), viaje por dez minutos até a Bedford Avenue Station, onde você encontrará uma atmosfera muito diferente da desvairada Manhattan. Reduto de estudantes, artistas e boêmios, o bairro parece parte de uma cidade do interior, super arborizado e tranquilo, além de um comércio diferente, que acompanha o universo dos seus frequentadores.

Se antes mesmo da sua visita você já se sentir brooklynite (gíria para identificar os “nativos”), vá até a Brooklyn Industries (162 Bedford Avenue), loja de roupas e acessórios que oferece uma coleção para a turma local se exibir por aí, principalmente no território oposto, ou seja, Manhattan. 😉 Outra queridinha é a Pema New York (225 Bedford Avenue), com uma pegada oriental-cool e preços de cidade grande. A boutique, de dona tibetana, oferece uma seleção interessante de roupas femininas vindas de Bali e Londres, e também uma linha própria, desenhada pelo irmão da proprietária. Agora, se você curte o estilovintage e gosta de brechós, passe pela Beacon’s Closet (88 North 11th Street), uma das lojas mais populares de Williamsburg.

Após as compras, conheça a cena gastronômica local, que oferece desde mexicanos e italianos, até macrobióticos. As opções para comer seguem à risca a filosofia local, que preza pela boa convivência e pela modéstia. Bom, a modéstia, digamos, não é tanta assim quando você paga US$ 90 por um kit pequeno de queijos da famosa Bedford Cheese Shop (229 Bedford Avenue), considerada a melhor loja de queijos de Nova York dos últimos tempos e frequentada por compradores de grandes restaurantes de – pasmem – Manhattan!

Para comer, Diner (85 Broadway), literalmente um típico carro-restaurante de 1926, restaurado e que serve truta com maçãs (US$ 15) e costeleta de porco com cebolas caramelizadas (US$ 26). Se quiser um toque fancy, vá ao francesinho Fada (530 Driggs Avenue), bistrô com carinha urbana que serve escargots (US$ 8), steak tartar condimentado com pimenta jalapeño (US$ 21) e crème brûlée de lavanda (US$ 7), além de uma carta interessante de vinhos.

Para beber, The Shanty (79 Richardson Street), bar que é extensão de uma destilaria, a New York Distilling Company, o que o torna um lugar super diferente para se conhecer. Você pode optar pelos drinks com o gin da casa ou até se arriscar em um tour pela destilaria. 🙂 Agora, se você quer mergulhar em um universo paralelo de ostras e absinto, vá à Maison Premiere (298 Bedford Avenue), casa que reproduz o ambiente da The Old Absinthe House, em Nova Orleans. A carta de ostras é extensa, com opções a partir de US$ 2.15/cada e opções de absinto de toda parte do mundo, com preços a partir de US$ 11 a dose.

Certamente, há uma Nova York para cada um e este foi só um dos lados que vamos mostrar para você. 🙂

Até mais!
Ana Samadello