Destinos em crise: viajar ou não? Eis a questão
Boa pergunta. 2014 tem sido um ano atípico para quem gosta de viajar. Os noticiários trazem informações sobre crises e epidemias de doenças, recorrentes acidentes aéreos, guerras e confrontos em diferentes pontos do globo. Em um primeiro momento, o cenário pode parecer bem alarmista e nada favorável para quem quer se jogar na estrada. Nessas horas, vale lembrar o lema do Ricardo Freire, guru das viagens, que diz: “na CNN é sempre muito pior”. Mas e aí? Em tempos de crise e clima tenso, é melhor adiar uma viagem planejada previamente ou vale encarar mesmo assim?
Tendo esse mantra sempre em mente, é importante considerar alguns fatores:
– A viagem pode apresentar algum tipo que risco para a minha integridade física?
Geralmente, a resposta para essa questão é não. Mas, em um cenário de guerra ou de conflitos como o que estamos acompanhando na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, por exemplo, é importante ficar atento à evolução dessa situação. Eu desmarcaria uma viagem a Moscou por conta disso? Não desmarcaria a viagem, não. Na capital russa, a vida segue caminhando, mas entendo perfeitamente quem não se sentiria à vontade para visitar o país nesse momento. Por outro lado, eu adiaria uma viagem à Ucrânia, principalmente nos pontos mais críticos, já que é lá que os conflitos estão acontecendo – como é o caso da cidade de Donetsk.
– Em casos de desastres naturais, como tsunamis ou terremotos, como a região tem se reconstruído? E as vias de acesso?
Às vezes, esse tipo de acidente pode deteriorar a infraestrutura do lugar, como aconteceu com o grande terremoto que abalou o Chile em 2011. O aeroporto de Santiago foi afetado e ficou alguns dias com o acesso improvisado. Nos dias seguintes à tragédia, a situação para o turista não poderia ser mais delicada, mas, semanas depois, não existiam mais motivos para ninguém pensar em cancelar a viagem ao país por conta disso. O mesmo se aplica ao inverno de 2011 em Bariloche, que foi marcado pelas cinzas do vulcão chileno que cobriram o ar da região.
– Epidemias, surtos e problemas sanitários: devo arriscar?
Viajei no auge da temida gripe H1N1 para os EUA e a situação era bem mais tranquila que o mostrado pelo noticiário das 20h. Nesses casos, é muito importante buscar informações mais seguras e menos especulativas. A opinião de um médico de confiança sempre deve ser levada em conta nessas horas. Por exemplo, a região que você pretende visitar apresenta casos de febre amarela? Boas orientações e vacinas podem lhe ajudar.
– As fontes de informação são confiáveis ou sensacionalistas?
Em tempos de excesso de informação também é preciso tomar certos cuidados, principalmente com boatos que se espalham rapidamente e não traduzem a real situação. Imagine cancelar uma viagem por conta de notícia falsa ou extremamente alarmista? No primeiro semestre desse ano, o clima ficou um pouco tenso na Tailândia. Muitos amigos cogitaram cancelar suas viagens, mas graças ao @RichardBarrow, um blogueiro de viagem que passou muito tempo cobrindo e tuitando sobre a situação do país, todo mundo embarcou e curtiu suas férias numa boa.
Referências e informações seguras são ótimos recursos para evitar roubadas e ainda garantir uma viagem tranquila. 😉