Expedia Team, em March 28, 2013

Culinária francesa: a experiência do bem comer

Prestígio e sofisticação são as primeiras palavras que vêm à minha mente quando se fala em culinária francesa. Vejo também um respeito e um amor imensos dos próprios franceses pelo que produzem, compondo uma nação apaixonada por comida, o que torna esta cultura extremamente interessante. Desde o século XVII, há registros dos grandes banquetes servidos a reis e rainhas, repletos de pompa e boa comida. Aliás, tudo o que conhecemos em relação a restaurantes ou a etiqueta à mesa, devemos aos franceses.

Antes do surgimento do restaurante, as pessoas comiam fora, porém, iam a tabernas e hospedarias da região, geralmente associadas à comunidade e dispunham apenas de um ou dois pratos, sem opção de escolha. O restaurante, como o conhecemos hoje, surgiu no fim do século XVIII e há duas versões: uma, de 1765, conta que um homem de sobrenome Boulanger abriu um estabelecimento para vender caldos fortificantes, restauradores ou restaurants, servidos a viajantes ou homens fatigados, “que haviam perdido seu apetite, com paladares exaustos e peito fraco”; a outra refere-se ao primeiro restaurante de luxo, criado em 1782 por um confeiteiro de Luís XVIII, que instituiu um cardápio variado, bom serviço de salão e uma adega.

Esta exigência estende-se a todos os franceses e, se um dia você for à França ou voltar ao país, perceba o respeito deles pelas refeições, que são verdadeiros rituais. Inclusive, se você for convidado para comer na casa de um francês, entenda que esta é a maior demonstração de apreço que você pode receber. Ah, opte por levar um presente e esqueça os vinhos e sobremesas. Tenha certeza de que os anfitriões gastaram muito tempo definindo o cardápio e as harmonizações.

Dentre as paixões na França está o queijo e os números não mentem. Perdendo apenas para os gregos, os franceses consomem 26 quilos de queijo. Também pudera, na França há mais de 2.500 tipos diferentes à disposição. Não é à toa que o termo bon vivant seja de origem francesa – aliás, termos assim, que expressam, digamos, uma vida regada de prazeres exagerados, sempre têm um pezinho na língua da terra de Napoleão, não? 🙂

A cozinha francesa passou por muitas mudanças ao longo dos anos e há três “categorias” da gastronomia. A primeira é a cozinha clássica francesa, com pratos substanciosos, preparados com molhos à base de creme e manteiga. Uma subcategoria, a haute cuisine, é a sofisticação máxima da culinária francesa, preparada com ingredientes únicos e apresentada de forma impecável – neste movimento estava Auguste Escoffier, um chef que revolucionou a cozinha francesa do século XX. Nouvelle cuisine foi um termo popularizado na França na década de 1960 por críticos que observavam a forma inovadora como os chefs trabalhavam, o que foi crucial para a mudança da gastronomia francesa em todo o mundo. Entre eles, estavam Jean e Pierre Troisgros, tio e pai do querido chef Claude Troisgros, radicado no Brasil e dono do impecável Olympe (Rua Custódio Serrão, 62, Lagoa), no Rio de Janeiro. Por último, está a cuisine du terroir, focada nas regionalidades e, de certa forma, rústica, com foco nas raízes locais.

Com esta pequena introdução, por que não se aventurar em um roteiro gastronômico pelas regiões da França? Parece caro, mas não é. Há 16 regiões gastronômicas com características distintas e cheias de delícias para provar, como a Borgonha, com seus vinhos e a mostarda Dijon, o Val de Loire com queijos, vinhos e a tarte tartin de maçã, doce tipicamente francês e conhecido mundialmente, e também Champagne-Ardenne, como o nome diz, com vinhos brancos cheios de bolhas e também as trufas, especiaria de luxo.

Planejar uma viagem gastronômica pela França não é difícil, embora eu acredite que você não queira perder nada. Você pode contar com a ajuda da Expedia para fazer seus planos, como comprar uma passagem para a primavera que começa agora, alugar um carro para passear pelas estradas floridas e descansar em hotéis charmosos depois de seus banquetes. 🙂

Bon voyage!

Ana Samadello