Chiang Mai, a beleza do norte da Tailândia
A Tailândia é um país onde a beleza se espalha por todos os seus cantos. O país é dono de um litoral único e paradisíaco, de belas regiões montanhosas, florestas, rios e também de uma história milenar, que pode ser contada através de seus templos, ruínas, gastronomia e cultura tão viva.
O país é hoje um dos mais visitados do mundo. Nós, brasileiros, não precisamos de visto (mas precisamos de vacina contra a febre amarela). É longe, mas é barato, é exótico, é excitante, é frenético, mas também é calmo. Só depende qual canto você vai escolher.

Chiang Mai fica 700km ao norte de Bangkok ou a uma hora de voo. É a segunda maior cidade da Tailândia, com uma população de mais de 1,65 milhão, sendo 1 milhão na região metropolitana. Considerada “a rosa do norte”, Chiang Mai signifca “nova cidade”, mas de nova não tem nada. Foi fundada em 1296, então história por lá não falta. Ela está impregnada nas paredes de seus belos templos, nos traços de seu povo, na comida, nos costumes e até mesmo nas massagens.
A cidade abriga dois dos maiores festivais do país, o Festival de Lanternas (YeePeng) e o de Luzes (Loi Krathong), que acontecem na próxima semana, entre os dias 12 e 15 de Novembro, mas bem mais discreto e menos festivo do que costuma ser, devido ao luto que o país se encontra por conta da morte recente do rei.
Após dias alucinantes na caótica, e fascinante, Bangkok, Chiang Mai foi para mim aquele conforto que, às vezes precisamos após experiências tão intensas, em que a gente não para, não dorme direito, acorda cedo demais, por não quer perder um minuto sequer. Chiang Mai tem outro ritmo, esbanja charme, é receptiva e permite vários tipos diferentes de viagem. Ela pode ser aventureira, pode ser gastronômica, pode ser dedicada à trabalhos voluntários, pode ser relaxadona. Chiang Mai pode ser o que você quiser.

A cidade, apesar de ser a segunda maior da Tailândia, tem um ar de interior. O centro velho é cheio de ruas estreitas, onde tuk tuks passam acelerados em meio a carros, vans, bicicletas. Ali pertinho fica a parte antiga, onde um dia foi uma cidade murada. Muitos templos, mas muitos templos mesmo, restaurantes, spas, mercados de rua e lojinhas se misturam. O meu dia por lá foi intercalado por uma boa sessão de massagem. Tomava café da manhã, ia fazer massagem. Ia visitar templos, fazia uma massagem. Almoçava, fazia massagem. E por aí vai.
As pessoas sempre separam uns três dias para Chiang Mai, mas ela merece mais. Chiang Mai é para conhecer sem pressa. É para colocar a nossa vida nos eixos, antes de pegar a mala e seguir para outro canto mais agitado.
Chiang Mai conta com três “estações”: novembro a fevereiro é a época do frio, mas com temperaturas bem agradáveis entre 15 e 25ºC; o verão, ou época quente, de março a junho, que pode chegar a 40ºC, e por fim, a época “verde”, de julho a outubro, quando a temperatura média durante o dia é de 30ºC, mas pode chover o tempo inteiro.

Eu me hospedei na Old Town, o que facilita bastante a locomoção na cidade, mas é a área mais lotada e disputada. Quem quer mesmo turistar, esta área de Chiang Mai é uma ótima opção, mas quem quer desvendar outra Chiang Mai mais moderna, vale cogitar a região em torno da Nimmanhaemin Road. Bairro frequentado por jovens locais, com muitas lojas de design, restaurantes, bares, sorveterias, café e, claro, casas de massagem. Ali dá para ser perder por um dia. São lojas super charmosas, como a livraria The Booksmith, que tem uma seleção incrível de revistas de todos os lugares do mundo.
A cidade oferece uma diversidade de programação, mas a visita aos seus magníficos templos é obrigatória. São 200 espalhados na região. Uma particularidade é poder conversar com os jovens monges, que falam inglês e tiram todas as dúvidas que você tenha a respeito das escolhas e vida que eles levam. Mas não os toque jamais. Na hora da foto, nada de abraço. Apenas sorria, assim como eles. Eles ficam no jardim do Wat Chedi Luang, um templo construído ainda no século 14. É provavelmente o mais imponente deles.

Os templos que valem a visita são o Wat Chedi Luang, o mais popular na área central de Chiang Mai; o Wat Phan On, menor que o Chedi Luang e fica localizado perto dele; o Wat Buppharam, o mais diferente deles; o Wat Suan Dok, inaugurado em 1370; o Wat Phra That Doi Suthep, que fica fora da cidade e é necessário contratar um motorista para te levar até ele. Além de ser belíssimo, oferece uma vista completa de Chiang Mai; o Wat Umong, o meu favorito, foi construído em 1297, numa área de 15 acres. Parece mais um parque no meio da floresta do que um templo sagrado. Este templo é formado por diversos túneis e é cercado de lendas. E é possível agendar aulas de meditação com os monges.
Mas a graça está em se perder, atravessar os grandes portões e descobrir templos que podem virar o nosso favorito. Lembre-se, que para entrar nos templos, é necessário estar de ombros cobertos (deixe a regata na mala), calça (nada de shorts ou bermuda), vestido ou saia pelo menos no joelho e, preferencialmente, um sapato fácil de tirar e por.
Há bons restaurantes na cidade, inclusive vegetarianos, mas o meu favorito trocou de dono recentemente e as resenhas são menos animadoras, mas ainda assim vale arriscar. O Peppermint Coffee House tem um cardápio bem variado, de pizza à comida típica tailandesa, cerveja gelada e um café das manhã inglês caprichado para quando bater saudades do Ocidente. Ele fica escondido numa ruela super charmosa, pertinho do Centro.

Não dá para ir pra Chiang Mai e não fazer um curso de culinária. Eu, que não sou muito chegada ao fogão, adorei a experiência. Escolas não faltam, mas eu recomendo a Lot of Thai, comandada pela divertida chef Yui, que já esteve no Brasil desenvolvendo cardápio especial com o Obá Restaurant. Ela oferece duas opções de cursos: dia inteiro, das 10 às 17h, ou o mais curto, que vai até às 14h30, que foi o que eu fiz. Recomendo abraçar sem medo a primeira opção. Por lá você vai aprender a fazer os pratos mais típicos da Tailândia, que podem variar de acordo com o dia da semana escolhido. Ela utiliza somente ingredientes de primeira e o curso inclui uma visita ao mercado da cidade.
Os mais aventureiros podem contratar passeios de trekking, bicicross, rafting, entre outras aventuras.
Chiang Mai conta com ótimos e extensos mercados de rua, o Night Bazaar, o Saturday Market e o Sunday Market, o maior dos três, percorrendo 2km de rua. Ótimo para comprar badulaques e presentinhos para a família e amigos.
Se Tailândia está nos seus planos, não se renda apenas às praias paradisíacas que o país tem, coloca Chiang Mai nos planos, pois garanto que será difícil não se apaixonar por ela.